TY - JOUR
T1 - Da esperança ao ódio: Juventude, política e pobreza do lulismo ao bolsonarismo
AU - Pinheiro Machado, Rosana
AU - Scalco, Lucia Mury
PY - 2018
Y1 - 2018
N2 - Este ensaio traz uma reflexão preliminar de uma etnografia longitudinal que vem sendo realizada desde 2009 sobre consumo e política entre jovens do Morro da Cruz (aqui, “o Morro”), a maior periferia de Porto Alegre. Mesmo sem resultados teóricos ou empíricos conclusivos, consideramos de suma relevância apresentar este esboço de nossos dados durante o pleito eleitoral de 2018 para incentivar novos debates e reflexões a partir deste artigo. Nós viemos acompanhando grupos juvenis desde antes da polarização política que tomou conta do Brasil pós 2013 e pudemos observar as transformações pelas quais eles, suas famílias e seus entornos passaram de acordo com momentos chave da história recente do País, marcados, respectivamente, pela emergência e colapso do crescimento econômico. Essas fases do desenvolvimento nacional afetam não apenas as condições materiais da existência, mas igualmente o self individual, a capacidade de aspirar e as formas de fazer política e de compreender o mundo. Esperança e ódio, por fim, não são categorias totalizantes na perspectiva adotada aqui. São antes tendências que nos ajudam a pensar como a subjetividade política é moldada em contextos diferenciados. Havia ódio na esperança e parece haver esperança no ódio - e essa sutileza é, na verdade, central no argumento que traçaremos nas linhas que seguem.
AB - Este ensaio traz uma reflexão preliminar de uma etnografia longitudinal que vem sendo realizada desde 2009 sobre consumo e política entre jovens do Morro da Cruz (aqui, “o Morro”), a maior periferia de Porto Alegre. Mesmo sem resultados teóricos ou empíricos conclusivos, consideramos de suma relevância apresentar este esboço de nossos dados durante o pleito eleitoral de 2018 para incentivar novos debates e reflexões a partir deste artigo. Nós viemos acompanhando grupos juvenis desde antes da polarização política que tomou conta do Brasil pós 2013 e pudemos observar as transformações pelas quais eles, suas famílias e seus entornos passaram de acordo com momentos chave da história recente do País, marcados, respectivamente, pela emergência e colapso do crescimento econômico. Essas fases do desenvolvimento nacional afetam não apenas as condições materiais da existência, mas igualmente o self individual, a capacidade de aspirar e as formas de fazer política e de compreender o mundo. Esperança e ódio, por fim, não são categorias totalizantes na perspectiva adotada aqui. São antes tendências que nos ajudam a pensar como a subjetividade política é moldada em contextos diferenciados. Havia ódio na esperança e parece haver esperança no ódio - e essa sutileza é, na verdade, central no argumento que traçaremos nas linhas que seguem.
KW - Brazil
KW - Bolsonaro
KW - far right
KW - Poverty
M3 - Article
SN - 1679-0316
JO - Cadernos IHU Ideas
JF - Cadernos IHU Ideas
ER -